quarta-feira, 30 de junho de 2010

VEJA A VIDA COMO UM FILME, NÃO UMA FOTO

Uma das idéias mais equivocadas que podemos ter é de que, um dia, atingiremos um estado estável e constante de felicidade, acreditando existir mesmo esse paraíso no qual todos os problemas estarão magicamente resolvidos, como se olhássemos o tempo todo para uma foto feliz, querendo estar nela. Muitas pessoas trabalham de 35 a 40 anos em uma atividade que não as agrada, sonhando com o dia em que se aposentarão e, aí sim, poderão aproveitar a vida.

Não é bom vivermos dessa forma, aceitando um presente desagradável em nome de um futuro maravilhoso. Nem o presente tem de ser tão ruim, nem o futuro será tão bom. Melhor considerar a vida como um processo, uma estrada na qual caminharemos continuamente e de cuja caminhada precisamos tentar extrair satisfação o tempo todo. Talvez sejam sim satisfações parciais em vez daquelas com uma perfeição que insistimos em sonhar, mas que não existe.

Ao sonharmos com tal perfeição, tendemos a desqualificar tudo o que temos. Se usarmos como referência um estado estático e maravilhoso que um dia será encontrado, o movimento - com seus altos e baixos, com as turbulências que são inevitáveis - terá um significado doloroso e triste. Isso nos afasta demais do presente e coloca todas as nossas expectativas e esperanças no futuro.

É difícil permanecer totalmente concentrado no dia a dia. Porém, sonhar sempre com o final feliz do filme (que pode ou não acontecer) significa dar um tratamento exageradamente desconsiderado ao presente. Porém, temos de aproveitar também o que estamos vivendo agora. E se o filme está ruim, que nos empenhemos em tentar mudá-lo e não apenas sonhar com o dia em que ele irá terminar.

Do livro Super Dicas para Viver Bem e Ser Mais Feliz - Flávio Gikovate*
*Flávio Gikovate é médico formado pela USP no ano de 1966 / Atua como psicoterapeuta e é um dos conferencistas mais solicitados.

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