quarta-feira, 9 de junho de 2010

BELA DEFINIÇÃO DO CORPO HUMANO

Sim! É mais do que um simples maquinismo, meus amigos! É o próprio Universo em miniatura, onde suntuosos fenômenos a todo momento se reproduzem, pois, com efeito, sua natureza participa de muitas condições contidas na organização do próprio Universo! É um templo! . . . Um santuário onde será depositada a centelha sagrada que emanou do Todo-Poderoso, isto é, a Alma Imortal (...)

Vede o coração! órgão sensível e heróico, infatigável sentinela (...), escrínio onde o Espírito localiza a sede dos sentimentos que consigo carrega desde a vida espiritual!. ..

Examinai o cérebro, aparelhamento prodigioso, jóia só imaginada pelo Excelso Artista, tesouro inapreciável que o homem recebe ao nascer, sobre o qual agirá a mente espiritual, dele servindo-se para as novas aquisições dos labores efetuados! É um outro universo em miniatura, farol que norteia a própria vida humana, bússola generosa em meio das trevas do encarceramento físico-terrestre!

E o aparelho visual?!... que carreia para o cérebro a impressão das imagens, traduzindo-as em entendimento, compreensão, certeza, fato?! . . . Não será, porventura, digno similar dos primeiros?.. . Será nesse precioso relicário de luz que se acumularão as potências sublimes da visão espiritual, dosadas harmoniosa e sensatamente, para o uso conveniente do indivíduo durante o estágio carnal, assim lhe facilitando as realizações que lhe competirem no concerto das sociedades humanas...

Atentai, não obstante, nestes escaninhos auditivos, caprichosos labirintos que apresentam indubitáveis harmonias com os antecedentes! Tão bem dotados, tão perfeitamente dispostos que permitirão ao encarcerado terrestre alcançar as mais delicadas vibrações, aquelas que lhe forem necessárias ao progresso e tarefas que deverá realizar, e até mesmo, em muitos casos, a sutil expressão provinda de um anseio, de um murmúrio dos planos invisíveis! . . .

Porém, não é só. Eis a organização gustativa, detentora do paladar. Sutil, obscura, modesta, tão preciosa qualidade do envoltório carnal, no entanto, absolutamente indispensável ao gênero humano, a este auxilia generosamente, co-participando do trabalho alimentar, fiel colaboradora da conservação do fardo precioso do corpo! Quão grandioso deverá, outrossim, parecer o labor da língua ao observador consciencioso, órgão que traduz, ao demais, o pensamento da criatura encarnada, através da magia da palavra enunciada! Oh! como o homem seria respeitável se desse aparelho sublime se utilizasse apenas a serviço do Bem, do Belo, da Verdade! É da complexa fibratura da língua que se desprendem as vibrações emitidas pelo pensamento, tornando possível o entendimento entre a Humanidade através da palavra. É graças ao seu produtivo labor que se concretizam os sons das mais belas expressões conhecidas na Terra, tais como as doces promessas de amor, quando o coração entusiasta, nobilitado por alevantados projetos sentimentais, se inflama de ardentes aspirações; as harmonias arrebatadoras dos vossos mais caros poemas, assim como as suaves nênias do amor materno junto ao berço em que adormece o querubim risonho... e também o nome sacratíssimo do Todo-Poderoso, nos cicios férvidos da oração!...

Nem uma peça inútil! Nem uma linha supérflua, votada à inatividade! Todas as particularidades são essenciais, integrando o todo generoso; são indispensáveis à sua harmonia magistral, completam-se, correspondem- se, atraem-se, confraternizam- se, numa beleza majestosa de atividades subseqüentes e heróicas, dependendo umas das outras para a sublimidade de vistas do gracioso conjunto favorável ao equilíbrio do Espírito que nele temporariamente habitará, qual lâmpada sagrada em santuário eficaz!...

A Natureza, meus amigos, que é a Vontade de Deus manifestada sob a pressão soberana do Seu Divino Poder Magnético, tornou o corpo humano habitação suntuosa para o Espírito necessitado da reencarnação para o aprendizado que lhe cumpre no ciclo terreno...



Livro: Memórias de um suicida
De Yvone A. Pereira, pelo espírito Camilo Cândido Botelho, pgs. 434 até 437

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